Espectroscopia ATR-FTIR da Urina como Ferramenta Não Invasiva para o Diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista em Crianças

O artigo “Using urine FTIR spectra to screen autism spectrum disorder / Usando espectros FTIR de urina para rastrear transtorno do espectro do autismo” publicado na Nature, explora o uso da espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier de Reflexão Total Atenuada (ATR-FTIR) para diagnosticar o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA é um distúrbio neurodesenvolvimental heterogêneo, caracterizado por problemas na comunicação e interação social, bem como comportamentos sensoriais e motores repetitivos e incomuns. O diagnóstico atual do TEA é desafiador, pois se baseia em sinais comportamentais e de desenvolvimento, sem biomarcadores claros​​.

O estudo incluiu 26 crianças turcas com TEA (3-5 anos) e 26 controles pareados por sexo e idade. A análise dos espectros de FTIR da urina revelou uma tendência de diminuição na região de 3000-2600/cm para crianças com TEA em comparação com as crianças em desenvolvimento típico. As diferenças observadas foram atribuídas a níveis mais baixos de ácido úrico, grupos de fosfato e amônio na urina das crianças com TEA. O estudo propõe que a espectroscopia ATR-FTIR pode ser um método prático e não invasivo para rastrear o TEA usando a região de alta frequência do espectro da urina​​.

Os pesquisadores coletaram amostras de urina seguindo diretrizes específicas e realizaram análises estatísticas detalhadas para validar seus achados. Além disso, utilizaram soluções de urina artificial para testar a contribuição de componentes específicos aos espectros observados​​.

A pesquisa também comparou espectros individuais do grupo TEA com seus controles, observando que quase todos os espectros do grupo TEA apresentavam menor absorção em todos os pontos. Além disso, foi realizada uma Análise de Componentes Principais (PCA) para determinar relações entre os dois grupos. Esta análise revelou diferenças significativas na absorção de urina entre as crianças com TEA e os controles​​.

Em conclusão, o estudo sugere que a espectroscopia de ATR-FTIR pode ser uma ferramenta valiosa para identificar o TEA em crianças, oferecendo um método não invasivo baseado na análise da composição da urina​​.

Fonte: “Using urine FTIR spectra to screen autism spectrum disorder”, Scientific Reports, Nature.

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