A Atenção de Crianças Pequenas à Fala ‘Motherese’ Como Biomarcador para o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
A comunicação entre cuidadores e bebês é fundamental para o desenvolvimento infantil. Uma forma peculiar de fala, conhecida como ‘Motherese’, é utilizada para capturar a atenção das crianças e promover sua aprendizagem linguística e emocional. Recentemente, estudos indicaram que a atenção de crianças pequenas à fala ‘Motherese’ pode servir como um biomarcador para o Transtorno do Espectro Autista (TEA), proporcionando um meio promissor para diagnóstico precoce.
O Que é Motherese?
‘Motherese’, também conhecido como fala infantilizada, é caracterizado por uma entonação exagerada, ritmo lento e articulação clara que os cuidadores naturalmente adotam ao se comunicar com bebês. Esta forma de fala tem sido mostrada para estimular a atenção e a aprendizagem das crianças, ajudando-as a desenvolver habilidades linguísticas e reatividade emocional1.
Descobrindo o Biomarcador
Pesquisadores da University of California San Diego School of Medicine conduziram um estudo publicado em 8 de fevereiro de 2023, onde desenvolveram um novo teste de rastreamento ocular para quantificar o nível de atenção de crianças pequenas à fala ‘Motherese’1. Este estudo surgiu da observação de que a atenção reduzida ao ‘Motherese’ em crianças pequenas com TEA pode contribuir para desafios linguísticos e sociais posteriores, sendo revelador para diagnóstico2.
Metodologia do Estudo
O estudo envolveu 653 crianças pequenas, com idades entre 1 e 2 anos, com e sem um diagnóstico de TEA. Durante o experimento, cada criança foi apresentada a dois vídeos: um de uma mulher falando em ‘Motherese’, e uma cena não-humana. Os vídeos estavam disponíveis por um minuto, e as crianças usavam seus olhos para controlar qual vídeo era reproduzido em um dado momento. As crianças sem TEA mostraram consistentemente alto interesse no ‘Motherese’, enquanto as crianças com TEA apresentaram níveis de fixação que variaram amplamente1.
Implicações e Futuras Direções
A capacidade de identificar confiavelmente crianças com TEA usando um teste tão simples e rápido é notável. No futuro, a atenção de uma criança ao ‘Motherese’ pode ser utilizada como uma pista para quais tratamentos podem ser mais benéficos, e como uma ferramenta para medir a eficácia desses tratamentos. Esta descoberta reforça a necessidade de ferramentas de diagnóstico fáceis e eficazes que possam ser utilizadas em crianças pequenas, dado que a introdução precoce do tratamento é provavelmente mais eficaz1.
Conclusão
A atenção à fala ‘Motherese’ surge como um biomarcador promissor para o TEA, proporcionando um meio de diagnóstico precoce que pode guiar intervenções terapêuticas eficazes. Este avanço reflete a intersecção entre linguagem, atenção e desenvolvimento social no contexto do TEA.
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