Testes para TEA
Como Identificar o Autismo com Clareza e Confiança
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) exige sensibilidade, conhecimento e ferramentas adequadas. Esta página foi criada para orientar pais, familiares, educadores, terapeutas e profissionais da saúde sobre os principais testes utilizados para identificar o autismo, desde os mais simples (e iniciais) até os mais técnicos e completos.
⚠️ Nenhum teste isolado pode confirmar ou descartar o TEA.
O diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado com base em entrevistas, observações clínicas e aplicação de instrumentos padronizados.
1. M-CHAT-R/F – Triagem precoce para bebês e crianças pequenas
Nome completo: Modified Checklist for Autism in Toddlers – Revised with Follow-up
Criadora: Dra. Diana Robins (EUA)
Idade indicada: 16 a 30 meses
Tipo: Questionário de triagem
Por que fazer?
É o principal teste mundial para triagem de autismo em crianças antes dos 3 anos, validado no Brasil. Detecta comportamentos incomuns em interação, atenção conjunta, interesse social e resposta ao nome.
Onde fazer no Brasil?
Pediatras, neuropediatras, APAEs, CAPS Infantil, clínicas de desenvolvimento
Pode ser aplicado por psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos com capacitação
2. AQ-10 – Triagem rápida para adolescentes e adultos
Nome original: Autism Spectrum Quotient – 10 itens
Criador: Prof. Simon Baron-Cohen (Cambridge, Reino Unido)
Idade indicada: A partir de 16 anos
Tipo: Autoquestionário breve
Por que fazer?
Ajuda adolescentes e adultos a identificarem traços autistas em si mesmos, especialmente em casos de diagnóstico tardio.
3. Teste de Sintomas Emocionais e Sensoriais Relacionados ao TEA (experimental)
Desenvolvido pela equipe MeuTEA
Tipo: Teste complementar (não clínico)
Para que serve?
Investiga sintomas emocionais, físicos e sensoriais comuns em pessoas com TEA ou em investigação diagnóstica, como:
Crises de ansiedade
Irritabilidade com luzes/sons/texturas
Dores abdominais funcionais
Dificuldade com toques físicos
Apatia ou oscilação de humor
4. CARS-2 – Escala de Avaliação do Autismo na Infância
Nome original: Childhood Autism Rating Scale – 2ª Edição
Criadores: Eric Schopler et al. (TEACCH)
Versão brasileira: Editora Hogrefe CETEPP
Tipo: Observação e entrevista estruturada
Por que fazer?
Ajuda a medir a gravidade dos sintomas de autismo em crianças e adolescentes, com base em 15 domínios comportamentais.
Quem aplica?
Psicólogos, psiquiatras e neuropediatras treinados.
Onde fazer?
Clínicas de neuropsicologia, APAEs, centros de reabilitação, escolas com equipe multiprofissional.
5. Vineland-3 – Escalas de Comportamento Adaptativo
Nome completo: Vineland Adaptive Behavior Scales – 3ª Edição
Criadores: Sara Sparrow, Domenic Cicchetti e David Balla
Tipo: Entrevista com cuidadores
Para que serve?
Avalia o nível de autonomia e habilidades adaptativas da pessoa com TEA:
comunicação funcional, autocuidado, socialização e habilidades do dia a dia.
Por que é fundamental?
É usada para:
Planejar terapias
Definir necessidade de apoio
Comprovar deficiência para fins legais
Onde fazer no Brasil?
Com psicólogos ou fonoaudiólogos especializados em avaliação adaptativa.
6. ADI-R – Entrevista Diagnóstica para TEA (clássica)
Nome completo: Autism Diagnostic Interview – Revised
Criadores: Michael Rutter, Catherine Lord, Ann LeCouteur
Tipo: Entrevista clínica estruturada
Para que serve?
É uma entrevista com os pais ou cuidadores que cobre todo o desenvolvimento da criança, com foco em linguagem, interação social e comportamento.
Quem aplica?
Psicólogos ou psiquiatras treinados.
Onde encontrar no Brasil?
Hospitais universitários (USP, Unifesp, UFMG), clínicas particulares especializadas.
7. ADOS-2 – Observação Padronizada do Comportamento Autista
Nome completo: Autism Diagnostic Observation Schedule – 2ª edição
Criadora: Dra. Catherine Lord (EUA)
Tipo: Observação direta estruturada
Para que serve?
É considerado o teste mais confiável para confirmação de diagnóstico de autismo, utilizado em pesquisas e clínicas do mundo todo.
O que avalia?
Expressão facial, uso da linguagem, contato ocular, resposta social, imaginação simbólica, entre outros.
Onde fazer?
Com psicólogos, neuropediatras ou psiquiatras treinados em ADOS-2.
🧭 Como acessar esses testes no Brasil?
Passos recomendados:
Agende com um pediatra, neurologista ou psiquiatra e relate seus sinais de preocupação;
Leve anotações, vídeos e resultados de testes online (AQ-10, M-CHAT, AutoTEA);
Solicite encaminhamento para avaliação multiprofissional com psicólogo, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional;
Procure clínicas, APAEs, CAPS, ou hospitais de ensino com atendimento em neurodesenvolvimento.
📌 Conclusão
Não há um único teste que resolva tudo. A compreensão do TEA exige olhar atento, conhecimento técnico e escuta humanizada. Testes online ajudam na conscientização, mas o diagnóstico é clínico e envolve diversos instrumentos como os que você conheceu aqui.
🧠 A combinação de testes como ADOS-2, CARS-2, ADI-R e Vineland forma a base de um laudo sólido e ético.